Estrangulador do Morumbi é libertado após passar 30 anos na cadeia
Depois de passar 30 anos na cadeia, José Paz Bezerra está novamente nas ruas. Ele cumpriu a pena máxima pelo assassinato de sete mulheres.
Bezerra, 56 anos, o “Estrangulador do Morumbi”, como ficou conhecido, está em liberdade desde segunda-feira. Os últimos 22 anos de sua pena ele cumpriu na Penitenciária do Estado, na capital paulista.
Bezerra ficou famoso em todo o país no final dos anos 60 e início dos 70. À época, ele trabalhava como mordomo em mansões do Morumbi (zona oeste). Todas as suas vítimas mantiveram um relacionamento amoroso com ele e morreram estranguladas. Considerado bonito e charmoso, ele se aproximava com facilidade das mulheres.
Em apenas nove dias, de 16 a 25 de junho de 70, Bezerra agiu cinco vezes. Nesse período, três mulheres foram brutalmente estranguladas no Morumbi e duas outras em São Bernardo do Campo (ABC).
Para ganhar a confiança das mulheres que matava, Bezerra se aproximava de seus amigos e parentes com o intuito de criar um vínculo com a vítima.
Após assassinar as mulheres, Bezerra tinha o hábito de guardar em sua casa as peças íntimas das vítimas.
Bezerra agiu em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará, Estado em que finalmente foi apanhado, em 12 de novembro de 71.
O ódio compulsivo que sentia por mulheres era explicado por especialistas da época como consequência de um sentimento de ódio que Bezerra sentia pela própria mãe.
Segundo o Estrangulador do Morumbi, quando era criança sua mãe mantinha relações sexuais com diversos homens na sua frente. “Ela era uma mulher da vida, de programa”, declarou Bezerra em entrevista por telefone.
Apesar de condenado por sete homicídios, o ex-mordomo afirma que matou muito mais. “Pelas minhas contas foram 24 mulheres”, diz com naturalidade. A Justiça, porém, não conseguiu obter provas para incriminá-lo em todos os homicídios que afirma ter praticado.
Livre e sem dívidas com a Justiça, Bezerra diz agora estar recuperado. “Todo esses anos sem desfrutar da liberdade me fizeram refletir e mudar meu modo de pensar. Tenho certeza disso”.os, o ex-mordomo afirma que matou muito mais. “Pelas minhas contas foram 24 mulheres”, diz com naturalidade. A Justiça, porém, não conseguiu obter provas para incriminá-lo em todos os homicídios que afirma ter praticado.
Livre e sem dívidas com a Justiça, Bezerra diz agora estar recuperado. “Todo esses anos sem desfrutar da liberdade me fizeram refletir e mudar meu modo de pensar. Tenho certeza disso”.
Nascido em Tambaú. Atacou de 1950 a 1953. Era casado, mas não podia fazer sexo com sua mulher por seus vários problemas de saúde. Tinha um impulso sexual incontrolável, chegando a atacar 5 pessoas num só dia, sem ainda se sentir saciado.
Gostava de meninas, principalmente japonesas. Anotava todos os crimes num caderninho. Estava sempre de terno e chapéu e com uma pasta na mão, que continha uma corda com uma laçada.
Entre estupros e tentativas de violência sexual cometeu 29 crimes na Grande São Paulo na década de 50. Dez de suas vítimas acabaram mortas. O “Monstro de Guaianazes” pedia a elas que fizessem sexo com ele. Ao ouvir a recusa, arrastava-as para locais ermos e cometia os crimes. Quando despia as vítimas meninas as cobria com as peças de seu vestuário, quando mulheres as deixava completamente nuas e descobertas.
Foi preso em 1952. e morreu na prisão de infarto em 1976.
Anestor Bezerra da Silva – O matador de taxistas
Um mistério para a polícia! Um homem combina uma corrida – longa – de táxi e, de repente, os motoristas desaparecem. Alguns já reapareceram mortos. Nossos repórteres investigam a história do matador de taxistas!
Agosto de 2004. Um desconhecido chega à cidade de Pouso Alegre, sul de Minas. Contrata uma corrida de táxi para São Paulo. O motorista não pode viajar. Mas convida um amigo para fazer o serviço: Daniel de Souza Lima.
“Pediu pro Daniel levar o rapaz em São Paulo. Eles saíram pra levar o rapaz e ele não apareceu mais”, conta José de Oliveira Lima, pai de Daniel.
Daniel pega o desconhecido na hora marcada. Segue pela estrada. Um dia depois, o corpo dele é encontrado com um tiro na cabeça, em São Paulo.
Daniel foi a última vítima identificada pela polícia de um assassino em série que vem atacando motoristas de Minas Gerais. A tática é sempre a mesma: ele contrata uma corrida para São Paulo e o taxista e o carro desaparecem. Com a morte de Daniel já são seis as vítimas nos últimos 40 dias.
O primeiro ataque foi em Porteirinha. O taxista Edmárcio Martins, dia 23 de julho. Em Inhapim, o assassino pega o táxi de José Wanderley de Souza, dia 5 de agosto. O último contato do motorista com a família foi num posto de gasolina.
“O frentista falou que ele estava acompanhado de um rapaz, e o rapaz estava muito agitado, andava de um lado pro outro. E meu irmão parecia tranqüilo”, declara a irmã de José Wanderley.
Quatro dias depois, outra vítima: Hélio Gualberto Lord, em Lassance. No dia 12 de agosto, o ataque é na capital, Belo Horizonte. O motorista Flávio Augusto de Souza também desaparece. Dia 19 de agosto. A vítima é Willian Max de Souza Carvalho, na cidade de João Pinheiro. E, cinco dias depois, Daniel de Souza Lima, em Pouso Alegre.
“A notícia que temos é que o corpo foi encontrado e que o irmão reconheceu”, conta Rita de Cássia Luna, amiga de Daniel.
Willian e Flávio continuam desaparecidos. Os corpos de Daniel, Edmárcio, José Wanderley e Hélio foram encontrados numa região de mata fechada em São Bernardo do Campo, São Paulo. Não muito longe de onde mora a família do principal suspeito dos crimes: Anestor Bezerra de Lima.
“O perfil dele é de um criminoso comum. Mas com um profundo distúrbio psicológico. Ele não tem mais mecanismos para frear o ato violento. E essa falta de mecanismos está levando ele a cometer crimes em série, e muito próximos um do outro”, analisa o delegado Marcos Carneiro Lima.
Ex-motorista de ônibus, Anestor foi demitido por restrição em avaliação psicológica. O laudo aponta desestruturação psíquica e comportamento de grandeza e hostilidade.
“Na avaliação é dito que ele não aceita ordens, regras e normas. É um sujeito crítico, ou seja: uma bomba de retardo, pronta pra explodir a qualquer momento”, compara o delegado Lima.
Para identificar o homem – considerado o maior assassino em série de São Paulo desde a prisão do Maníaco do Parque – primeiro foi feito o retrato falado. Seguindo orientação de quem viu Anestor pegar os táxis.
“Ele tem estatura de 1,75m, aproximadamente. Ele possui a pele branca, tem cabelos curtos e castanhos. Tem os olhos castanhos”, detalha a delegada Cristina Cicarelli Masson.
Num vídeo, que o Fantástico mostra com exclusividade, Anestor aparece com óculos. Foi filmado quando participava de uma festa em Minas.
“A imagem congelada e a fotografia apresentada às demais testemunhas dos outros casos, o que possibilitou seu reconhecimento imediato”, explica a delegada Cristina.
A principal pista veio de um número de telefone que Anestor deixou com uma mulher, em Minas. Era de uma farmácia, perto de uma casa onde ele morou, em Diadema, São Paulo. Pela foto, os policiais do bairro identificaram Anestor Bezerra de Lima. Já fichado como ladrão e golpista.
“É pessoa que tem poder de convencimento muito grande, constrói uma história, e as pessoas acreditam na história, mesmo porque ele é estelionatário. Essa é uma característica do crime de estelionato”, diz a delegada Cristina.
O criminoso ainda desafiou a polícia. Ligou para o delegado cinco vezes, quando a mãe foi levada para depor. E mais: o assassino de taxistas chegou a conversar por telefone com a família e amigos das vítimas. E passava informações falsas.
“Ele se identificou como sargento Gabriel. Me deu a informação de que tinha ocorrida um acidente com uma van branca e que o Daniel estava em coma num hospital de Itajubá”, conta uma amiga de Daniel.
A ligação foi feita de Campinas, interior de São Paulo, no sábado, 28 de agosto. Dois dias depois, um taxista de Campinas aparece morto na beira de uma estrada. O carro não foi levado. O motorista acionou o bloqueio de gasolina. Jaime Andrade da Silva, mineiro, de 52 anos, pode ser a sétima vítima do assassino de taxistas.
Fortunato Botton Neto – O Maníaco do Trianon
Entre 1986 e 1989, Fortunato Botton Neto, garoto de programa que atuava no Trianon, matou 13 homens – com idades entre 30 e 60 – com requintes de crueldade. Quando foi preso, confessou os crimes com detalhes de embrulhar o estômago.
Depois de combinar o preço do programa, ele seguia para o apartamento das vítimas, onde bebia com elas até que ficassem totalmente alcoolizadas. Amarrava os tornozelos e os pulsos, amordaçava e matava por estrangulamento, golpes de faca ou chave de fenda.
Em alguns casos, chegou a pisotear as vítimas até que os órgãos internos saíssem pela boca, ouvidos, nariz e ânus. Terminado o serviço, ele vasculhava o apartamento da vítima à procura de dinheiro e objetos valiosos que pudessem ser vendidos facilmente sem levantar suspeitas.
A frieza com que Neto relatou os crimes chocou os policias que trabalhavam no caso. Em de seus depoimentos, o maníaco diz: “Matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade de tomar mais, e a coisa não para nunca”. Neto foi condenado por três dos sete crimes que confessou. Morreu na prisão em fevereiro de 1997, de broncopneumonia decorrente da Aids.
Preto Amaral
Aos 17 anos, o escravo José Augusto do Amaral foi liberto pela Lei Áurea e entrou para o exército, servindo em todo o país. Na Guerra dos Canudos (1897), ele foi promovido a tenente. Finda a guerra, Amaral integrou batalhões de polícia e desertou. Acabou sendo preso em Bagé, Rio de Janeiro, ao tentar desertar do exército nacional. Foi condenado a sete meses de prisão e, ao sair, aos 56 anos, passou a fazer bicos em São Paulo.
Em 1927, Amaral foi preso novamente. Desta vez, acusado de seduzir, estrangular e estuprar três rapazes. Em seu depoimento, Amaral contava que seduzia e depois asfixiava as vítimas, estuprando-as depois de mortas. A primeira vítima tinha 27 anos e conheceu Amaral na Praça Tiradentes, depois de pedir-lhe fósforos. Conversa vai, conversa vem, foram para um botequim tomar café, onde Amaral o convidou para assistir a um jogo de futebol. O corpo de Antônio Sanchez foi encontrado próximo ao Campo de Marte, na zona norte de São Paulo.
A segunda vítima tinha apenas 10 anos e foi atraída por Amaral com balões que ele vendia na região do Canindé, também na zona norte. O corpo de José Felippe Carvalho foi encontrado 13 dias depois, sem os membros superiores. Antônio Lemos tinha 15 anos quando foi abordado por Amaral nos arredores do Mercado Municipal, na região central da cidade. Amaral ofereceu almoço à vítima e partiu com ela num bonde rumo à Lapa. Foi só quando o corpo de Lemos foi encontrado que a polícia percebeu estar diante de um assassino incomum. Mas não havia nenhuma pista do assassino, até que Roque Piccili, um engraxate de 9 anos conseguiu escapar de Amaral. O assassino levou o menino para debaixo de uma ponte e já o estrangulava quando se assustou ao ouvir vozes e fugiu. O menino contou à polícia e Amaral foi preso e torturado. Na cadeia, confessou os crimes, contando em detalhes como matou suas vítimas.
Os crimes ganharam as manchetes nacionais. Amaral foi chamado de “monstro negro”, “diabo preto” e “estrangulador de crianças”. Acabou ficando conhecido como “Preto Amaral”. Morreu na Cadeia Pública de São Paulo, cinco meses depois de ser preso, de tuberculose, antes de ser julgado. Os motivos reais que levaram Amaral aos crimes ainda são um mistério, mas o psiquiatra que o examinou na prisão relacionou-os ao tamanho do pênis do ex-escravo. Na época, era comum relacionar o tamanho do pênis ao tamanho da bestialidade do criminoso.
Apesar de ter confessado os crimes, Amaral pode não ter sido o real culpado. Crimes semelhantes continuaram ocorrendo mesmo depois da prisão de Amaral, que tinha apresentado álibis para os dois primeiros assassinatos. Mesmo assim, Amaral acabou ganhando o título de primeiro serial killer brasileiro.
Febrônio Índio do Brasil – O Filho da Luz
Nem bem Preto Amaral foi preso, e outro assassino serial apareceu para aterrorizar a população em 1927 – Febrônio Índio do Brasil. Os corpos de suas vítimas foram encontrados no ilha do Ribeiro, no Rio de Janeiro, nus, tatuados com as letras DCVXVI, e com marcas de estupro e estrangulamento. Auto-intitulado “Filho da Luz” (por estar em uma luta contra o demônio), ele abordava as vítimas com a promessa de um emprego que complementaria a parca renda familiar. Depois as levava para a isolada ilha do Ribeiro, onde as tatuava, estuprava e matava. O serial killer ainda tentou matar outros rapazes – todos com idades entre 8 e 14 anos -, que conseguiram escapar depois de sessões de tortura e estupro.
Quando foi preso, depois de ser reconhecido por familiares das vítimas, negou a autoria dos crimes. Mas acabou confessando ter estrangulado, em 13 de agosto de 1927, o menor Almiro José Ribeiro e jogado o corpo da vítima num matagal. Depois, assumiu a autoria do assassinato e estupro de Jonjoca, um menino de 10 anos. Ao levantar a ficha de Febrônio, os policiais viram que ele já havia sido preso 29 vezes, por fraude, pederastia e tendências homossexuais, tentativa de atentado violento ao pudor e exercício ilegal da odontologia. O Filho da Luz dizia ter visões que ordenavam que ele tatuasse dez rapazes para seguir sua missão contra o demônio. As letras tatuadas nas vítimas e em seu próprio tórax, segundo ele, significavam “Deus Vivo” ou “Imana Viva”. Com uma religiosidade aflorada, Febrônio chegou a mandar publicar o seu próprio evangelho, intitulado “As revelações do príncipe do fogo”. Todas as cópias foram queimadas pela polícia quando Febrônio, considerado inimputável, foi para o manicômio, onde permaneceu até morrer, aos 89 anos de idade.
Francisco Costa Rocha – Chico Picadinho
Em 1966, a bailarina austríaca e boêmia Margareth Suida conheceu o corretor de imóveis Francisco Costa Rocha. A boa aparência e a boa lábia do moço, misturadas à bebida, acabaram atraindo Suida para o apartamento de Rocha. E para uma morte horrível. No meio da relação sexual, Rocha tornou-se violento. Mordeu-a, socou-a e tentou estrangulá-la com as mãos. Sem sucesso, terminou o trabalho com um cinto. Depois de certificar-se que Suida estava morta, decidiu livrar-se do corpo. Mas como? Rocha pegou uma lâmina de barbear, uma tesoura e uma faca e começou a retalhar o corpo ali mesmo, no tapete do sala. Começou cortando os seios, depois retirou os músculos da parte da frente. Levou o corpo para banheiro, retirou as vísceras e as jogou no vaso sanitário. Desistiu, pegou uma sacola plástica e colocou lá as tripas da moça. Voltou ao corpo, agora na banheira, e retirou parte dos músculos das costas e um pedaço das nádegas. Foi denunciado pelo amigo com quem dividia a quitinete, condenado a 18 anos de prisão e libertado na metade da pena por bom comportamento. Era um preso exemplar, que lia Nitzsche, Dostoiéviski, Frankel e Kafka. Ganhou a confiança do diretor e a liberdade condicional em junho de 1974.
Dois anos, dois casamentos e dois filhos depois, Francisco matou e retalhou a prostituta Ângela da Silva Souza com os mesmos requintes de crueldade com que havia matado Suida. Para esconder o corpo, Francisco arrastou-o até o banheiro e, munido de uma faca de cozinha, um canivete e um serrote, começou a retalhar o cadáver. Cortou fora os seios, abriu o ventre, retirou as vísceras e jogo-as no vaso sanitário. Como o encanamento entupiu, Francisco decidiu mudar de tática: picou o corpo de Souza bem miúdo e distribuição porções em sacos plásticos e em uma mala de viagem para facilitar o trasnporte. Demorou entre 3 e 4 horas para concluir o “serviço”. Novamente, foi denunciado pelo companheiro de apartamento.
“Chico Picadinho”, como ficou conhecido, voltou para a prisão. Foi condenado a 22 anos e meio pelo crime e deveria ter sido solto ao fim da pena máxima de 30 anos. Mas ao término da pena, em 1998, em vez de ser posto em liberdade, Chico Picadinho foi mandado para a Casa de Custódia de Taubaté, sob a alegação de que criminosos psicopatas podem ser mantidos indefinidamente em estabelecimentos psiquiátricos para receber tratamento. Chico Picadinho ainda está preso.
Francisco de Assis Pereira – Maníaco do Parque
Nove. Este foi o número de mulheres encontradas mortas, com sinais de espancamento e estupro, no Parque do Estado, na divisa de São Paulo com Diadema, em 1998. Elas não tinham nada em comum, a não ser o desejo escondido de se tornar modelo fotográfico. Foi com a promessa de uma sessão de fotos para um catálogo que o motoboy Francisco de Assis Pereira conseguiu atrair para o Parque 14 moças. Cinco conseguiram escapar depois de ser estupradas e ter coxas, seios e costas mordidas pelo motoboy. As nove restantes não tiveram a mesma sorte. Foram mortas por estrangulamento, com o cadarço dos sapatos ou uma cordinha que Pereira levava na pochete. O “Maníaco do Parque”, como ficou conhecido, fugiu quando seu retrato falado foi divulgado pela polícia. Foi preso uma semana depois, no Rio Grande do Sul, quando um pescador reconheceu o rosto do retrato falado e denunciou sua presença à polícia local.
Ao ser preso, Pereira primeiro negou a autoria dos crimes, depois confessou que havia matado todas as nove mulheres encontradas no Parque do Estado. Foi condenado a 274 anos de prisão e jurado de morte pelos internos. Quando foi questionado sobre os motivos que o levaram a matar as mulheres, Pereira disse: “Eu tenho um lado ruim dentro de mim. É uma coisa feia, perversa, que eu não consigo controlar. Tenho pesadelos, sonho com coisas terríveis. Acordo todo suado. Tinha noite que não saía de casa porque sabia que na rua ia querer fazer de novo, não ia me segurar. Deito e rezo, pra tentar me controlar” [fonte: Veja]. Pereira atribui isso ao fato de ter sido molestado por uma tia quando criança e de ter sido violentado por um patrão na adolescência.
Paulo Sérgio Guimarães da Silva – Maníaco de Novo Hamburgo
Entre dezembro de 1998 e março de 1999, o pescador Paulo Sérgio Guimarães da Silva, conhecido por “Titica”, atacou quatro casais, o que resultou na morte de sete pessoas e deixou tetraplégica uma menina de 14 anos.
Depois que “Titica” começou a agir, os moradores da praia do Cassino, onde aconteceram três dos quatro crimes, tiveram suas rotinas modificadas devido à série de assassinatos.No dia 12 de dezembro de 1998, o casal de namorados Felipe Santos, de 19 anos e Bárbara da Silva, de 22 anos, foi encontrado morto a tiros ao lado do carro estacionado a beira mar.
Edson Izidoro Guimarães – o Enfermeiro da Morte
Edson Izidoro Guimarães, nascido no Rio de Janeiro em 1957, conhecido como “ Anjo da Morte” ou “Enfermeiro da Morte”, é um ex-auxiliar de enfermagem que assistia no setor de emergência do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, responsável direto pela morte de pelo menos cinco pessoas. Estima-se que o número verdadeiro de suas vítimas, porém, seja superior a cem, o que o transformaria num dos maiores assassinos em série do Brasil e do mundo.
Edson Izidoro Guimarães foi preso em 07 de maio de 1999, quando trabalhava no plantão do Hospital Salgado Filho. No dia 21 desse mês ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de asfixia e veneno e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas). Ele ficou conhecido como o “Enfermeiro da Morte” por ter desligado os aparelhos respiratórios das pacientes terminais Márcia Garnier Pereira, Maria Aparecida Pereira e Francisca Teresa Coutinho de Oliveira.
Ele também foi condenado por ter injetado cloreto de potássio em Matias Gomes, o matando por embolia pulmonar. Os assassinatos ocorreram em 7 de maio de 1999, no mesmo dia em que acabou sendo preso. Izidoro confessou que matava os pacientes terminais para receber comissão de funerárias. Ele chegou a ser acusado de outras 126 mortes ocorridas durante seus plantões.
Em 17 de fevereiro de 2000, Edson Izidoro Guimarães foi condenado a 76 anos de prisão, resultado da soma das quatro penas de 19 anos pelas mortes dos quatro pacientes do Hospital Municipal Salgado Filho. A defesa apelou, e no dia 13 de março de 2001, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em decisão unânime, reformou a sentença por entender que houve crime continuado e não concurso material de crimes.
Na ocasião, a Câmara fixou a pena de Edson Izidoro em 31 anos e oito meses de reclusão, permitindo à defesa protesto por novo júri, igualmente aceito por unanimidade. Em 27 de setembro de 2001 Guimarães foi novamente julgado, agora pelo III Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Atualmente, Edson permanece preso nas celas da Polinter, no Rio de Janeiro, e, ao que tudo indica, não abandonou a profissão de enfermeiro. Segundo policiais, o auxiliar de enfermagem é requisitado “sempre que um interno sente-se mal”. É ele quem presta os primeiros socorros na carceragem, a pedido dos próprios policiais e detentos.
Além disso, Izidoro é considerado preso de bom comportamento e desfruta de “algumas regalias”. Por ser classificado como “faxina”, detento que presta serviço ou ajuda na prisão, ele, que já dividiu espaço com outros 31 presos, ocupa uma cela com cerca de sete condenados, equipada com televisão, fogão, geladeira e colchões.
Conforme informaram alguns policiais, esse tipo de tratamento é dispensado aos presos primários, de bom comportamento, sem nenhum tipo de ligação com facções criminosas. O caso serviu para tornar pública uma prática que até então era muito comum nos hospitais do Rio de Janeiro e possivelmente do restante do país: a máfia das funerárias.
Com a prisão de Edson Izidoro Guimarães foi confirmado um esquema no Hospital Salgado Filho, onde as empresas funerárias agiam livremente pagando comissões a quem indicasse seus serviços. As investigações mostraram que o auxiliar de enfermagem chegava a lucrar entre cem e mil reais, dependendo do tipo de morte. As mortes naturais rendiam menos que aquelas produzidas por acidentes de trânsito. Estas últimas envolviam um esquema de seguro. Foi descoberto que a ação da máfia das funerárias não se restringia ao Rio de Janeiro.
A prefeitura de São Paulo também admitiu que sua população era vítima da ação criminosa de agentes funerários, não ficando provado que a máfia paulista chegasse ao extremo das similares no estado onde Edson operava.
Em 23 de agosto de 2009, a 11ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) condenou o município do Rio de Janeiro a pagar indenização moral de R$ 50 mil a Sebastiana Barbosa, viúva de Jorge Barbosa, morto por Edson em abril de 1999. De acordo com o processo, Jorge foi internado no Hospital Albert Schweitzer depois de sofrer convulsões e, logo após, foi transferido para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Como Jorge estava medicado e as crises controladas, Sebastiana resolveu retornar para casa. Ao voltar ao hospital, no dia seguinte, descobriu que ele havia falecido. Sebastiana é o primeiro parente de uma vítima do “Enfermeiro da Morte” a receber indenização.