Investigação Paranormal Brasil: Annabelle
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domingo, 16 de setembro de 2018

Universo Invocação do Mal: entenda a cronologia


Entenda a cronologia e saiba mais sobre o Universo de Invocação do Mal no cinema


A vibe do momento nos cinemas é o tal do “universo compartilhado”. Claro que quem nos ensinou sobre isso foram os filmes da Marvel, mas eles não são os únicos.
Um dos universos mais conhecidos e lucrativos atualmente é o de Invocação do Mal. Com a estreia de A Freira já são cinco filmes desde 2013.
Porém, existem algumas diferenças com relação ao Universo Marvel: aqui os filmes funcionam independentes uns dos outros. Na Marvel é comum a necessidade de se ver um filme para entender o posterior (quem não viu Thor Ragnarok ou Pantera Negraentendeu muito pouco o que estava acontecendo em Vingadores: Guerra Infinita). Outra diferença, é que os filmes não fazem parte de um grande plano que culminará em um mega evento (como o combate contra Thanos). No universo de Invocação, eles vão sendo lançados conforme o sucesso dos filmes anteriores e a necessidade do público. A Freira ou Annabelle não levaram anos sendo planejados: foram escritos e lançados em um prazo curtíssimo após seus antecessores.
Outro fator que coloca Invocação do Mal como um dos universos mais relevantes do cinema atual é sua capacidade de fazer dinheiro. Somente o primeiro filme, teve uma renda de $320 milhões de dólares no mundo todo, com um orçamento de $20 milhões. A Freira, em seu final de semana de estreia, rendeu $45 milhões somente na América do Norte, e custou $22 milhões para ser feito.
Ao contrário de outras franquias de sucesso no terror, como A Hora do Pesadelo, Brinquedo Assassino, Pânico ou Atividade Paranormal, os filmes de Invocação compartilham o universo sem, necessariamente compartilharem personagens. Todos os filmes citados acima possuem um personagem em comum entre eles (Freddy Kruegger, Chucki, Ghostface e Sidney…). Em Invocação, embora o casal Warren seja o fio condutor das histórias, eles não aparecem em todos os filmes.
Mas, que tal conhecermos a cronologia dos filmes antes de assistir A Freira? Por razões óbvias, comentaremos pouco sobre o filme mais recente para não dar spoiler pra ninguém.

A Freira (Romênia, 1952)

O filme explica os eventos que deram origem à freira que aterroriza a personagem de Vera Farmiga em Invocação do Mal 2.

Annabelle: A Criação (Califórnia, 1955)

O filme conta, como o título indica, a criação da boneca amaldiçoada Annabelle. Após a morte de sua filha em 1943, um fabricante de bonecas e sua mulher tentam recuperar a filha colocando seu espírito na boneca, mas as coisas dão errado e um demônio passa a habitar Annabelle.
Quando uma das garotas que passa a morar na casa após a guerra encontra a boneca e acaba possuída pelo demônio. Ela foge da casa, deixando a boneca para trás, e passa a se apresentar como Annabelle. A garota então é adotada por uma família, cresce, foge de casa, entra em um culto satânico e volta para assassinar os pais.

Annabelle (Santa Monica, 1967)


ANNABELLE - Trailer Oficial 2 (leg) [HD] - YouTube
Antes de serem assassinados, o casal Higgins era vizinho dos Form. Mia Form estava grávida e seu marido John a presenteia com uma linda boneca….
Após matar os pais, Annabelle (a garota de carne e osso) e seu namorado invadem a casa dos Form. O rapaz é morto pela polícia e ela corta a própria garganta. O demônio está então de volta na boneca e vê em Mia uma nova possibilidade de possessão na forma do fantasma da menina Annabelle (a que era pra estar na boneca no começo de tudo). Depois de muito susto a ajuda chefa na forma de Evelyn e do padre Perez, que se oferece para levara boneca a um casal de especialistas chamados… Ed e Lorraine Warren.
Antes que ele consiga, porém, o demônio o ataca e possui o padre, usando isso para raptar a filha recém nascida dos Form, Leah. Mia então oferece sua própria alma em troca do bebê. John a impede e Evelyn toma a boneca e pula da janela, acabando com a possessão da boneca. Ou não…
Nas cenas finais, uma mulher compra a boneca em uma loja de brinquedos como um presente para sua filha Debbie. Como a gente descobre, Debbie é uma estudante de enfermagem que explica para  Ed e Lorraine Warren sobre sua estranha boneca no início de…

Invocação do Mal (Rhode Island, 1971)


F5 - Cinema e Séries - Vera Farmiga diz que foi assombrada durante ...
O casal demonologista Ed e Lorraine Warren é chamado para ajudar a família Perron. Investigações acabam por apontar que a casa era o lar de uma bruxa que adorava um demônio chamada Bathsheba. Em 1863 Bathsheba teve um filho com um rico fazendeiro, que a flagrou tentando sacrificar a criança uma semana após o nascimento. Bathsheba então subiu em uma árvore, declarou seu amor pelo diabo e se enforcou.
De volta em 1971, Bathsheba fica satisfeita quando vê uma família de sete pessoas se mudar para suas terras. A bruxa possui Carolyn, forçando os Warren a fazer um exorcismo, que acaba bem sucedido.
Dois detalhes:
– Os Warren mencionam que possuem um novo caso. Este caso acaba sendo os acontecimentos com a família Lutz, que conhecemos dos filmes Terror em Amytiville (um deles estrelado por Ryan Reynolds).
– Quando Carolyn conhece os Warren, eles estão fazendo uma palestra sobre possessão na Universidade de Massachusets. O assunto? Maurice Theriault, de A Freira, que continua possuído por Valak. No exorcismo de Maurice, Lorraine encontra Valak pela primeira vez.

Invocação do Mal 2 (Inglaterra, 1977)

Enquanto se recupera dos acontecimentos de Amityville, Lorraine tem visões de uma freira demoníaca e de seu marido sendo morto violentamente. Enquanto isso, Lorraine continua exigindo saber o nome do demônio.
Na Inglaterra, uma família pobre está sendo assombrada pelo espírito de um antigo morador da casa. O espírito, que parece mirar a filha mais velha Janet, também toma forma do “Homem Torto”. Por causa de suas visões, Lorraine hesita em aceitar o caso, mas Ed a convence. Após descobrirem que se trata de um truque, o casal se prepara para partir, mas Lorraine descobre que o fantasma do ex-proprietário não é a verdadeira ameaça, mas sim Valak, usando o fantasma para chegar a Janet e possuir sua alma.
De posse do nome do demônio, Lorraine consegue manda-lo de volta para o inferno.

O que vem depois?


Um terceiro filme de Annabelle já tem data de estreia marcada para o ano que vem, com a boneca tendo como alvo a filha de Ed e Lorraine. “Annabelle consegue reativar os artefatos possuídos do estoque dos Warren, então é basicamente ‘Uma Noite no Museu’ com Annabelle”, disse James Wan.

Crítica: Annabelle 3 - De Volta ao Lar (Annabelle - Comes Home ...
Invocação do mal 3 já está a caminho, em breve traremos novidades.

INVOCAÇÃO DO MAL 3 ESTÁ POR VIR? - Folha do Estado

Também é possível que em breve tenhamos o filme do Homem Torto e até mesmo A Freira 2.
Na vida real, Ed e Lorraine Warren tiveram casos suficientes para décadas de adaptações cinematográficas. Resta saber até onde o universo Invocação e o público estarão dispostos a chegar.

sábado, 19 de agosto de 2017

Annabelle 2 - A Criação do Mal


Não recomendado para menores de 14 anos
Anos após a trágica morte de sua filha, um habilidoso artesão de bonecas e sua esposa decidem, por caridade, acolher em sua casa uma freira e dezenas de meninas desalojadas de um orfanato. Atormentado pelas lembranças traumáticas, o casal ainda precisa lidar com um amendrontador demônio do passado: Annabelle, criação do artesão.

A Verdadeira história da boneca Annabelle


Annabelle 2 - A Criação do Mal

Três anos após o lançamento de Annabelle, chega aos cinemas Annabelle 2 - A Criação do Mal. Apesar do número 2 no título, é importante destacar que não se trata de uma continuação, mas de um prelúdio. O longa conta a história de origem da temida boneca, mostrando como ela acabou possuída por uma entidade do mal.

O longa de 2014 tinha seus momentos, mas era muito mais focado em sustos do que na construção de um clima realmente assustador, o que irritou boa parte do público. A boa notícia é que isso foi corrigido para a nova história. E o principal responsável por isso é o diretor David F. Sandberg, que já havia feito um belo trabalho ao assustar todo mundo com Quando as Luzes se Apagam. Em comparação com o realizador anterior, John R. Leonetti (Efeito Borboleta 2), fica evidente a diferença que faz o fato da pessoa estar familiarizada com o gênero.



Neste sentido, os fãs de terror irão gostar de saber que Annabelle 2 se relaciona muito melhor com Invocação do Mal e Invocação do Mal 2 do que com o primeiro Annabelle, seja em termos de construção narrativa, seja pelo simples fato de desenvolver melhor este universo do horror produzido por James Wan. Não só apresenta easter eggs que indicam o mundo do casal Lorraine e Ed Warren, como vai mais longe e traz referência ao futuro The Nun.

Se o primeiro Annabelle era centrado basicamente na boneca, este novo vai mais longe e também insere outras ameaças ao dia a dia dos personagens, o que torna tudo mais ameaçador. A trama gira em torno de um casal que vive numa área rural e que sofre um perda brutal da filha. Anos depois, eles passam a receber garotas órfãs para viver na casa, como uma forma de aliviar o sofrimento. Acontece que a presença das meninas acabam alimentando uma entidade que já vivia ali. Anthony LaPaglia e Miranda Otto formam o casal principal, mas a grande força no elenco está nas meninas, que realmente passam por poucas e boas.

Escrito por Gary Dauberman (do novo It - A Coisa), o roteiro demora um pouco a engrenar, mas quando o faz é muito eficiente. A metade final do filme é uma cena assustadora depois da outra, com momentos de tensão que realmente arrepiam o espectador.



Deve-se destacar também o trabalho de design de produção. São bons os trabalhos de figurino e maquiagem, mas é impossível não se impressionar com o desenvolvimento dos cenários, especialmente a casa em que vive o casal com as garotas. Cada ambiente é muito bem pensado e mesmo antes da ameaça principal surgir, o público já sabe que há algo de estranho no local, principalmente pelo número de crucifixos espalhados pela casa. E aí cabe destacar a originalidade da produção, que não colocou apenas crucifixos nas paredes. Na verdade, são inúmeras as cruzes que se formam de diversas formas, seja no reflexo, seja nos detalhes dos vidros, seja em coisas mais evidentes, como papéis de parede.

Os fãs do gênero de terror e suspense não irão se decepcionar com esta produção assustadora e (por quê não?) divertida. São inúmeros os momentos de risadas nervosas por parte do público. O primeiro Annabelle era um spin-off. Agora, temos claramente o início de um universo estendido sobrenatural. E isso é muito legal.

Adoro Cinema


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O Cordel de Sangue - Aislan Colter

Boa tarde, fazia tempo que eu não dava uma dica Literária aqui no blog, mas hoje vamos mudar isso. E pra voltar com tudo, vou apresentar hoje uma maravilhosa obra do brilhante escritor Aislan Colter

Mas quem e ele??? Calma, irei apresenta -lo.


Aislan Coulter é um escritor brasileiro de horror e suspense. Nasceu no dia 24 de junho de 1980, na cidade de Rancharia-SP. O primeiro contato com a literatura foi na infância, a estante de livros do avô - Francis Leslie Coulter, um britânico veterano da Primeira Guerra Mundial, ávido leitor de ficção científica e mistério. Descobriu o universo do Storytelling e do cinema através de sua tia Shirlei Coulter, sua companheira de sessões de matinê. 

Conheceu a primeira sala fria e repleta de estantes aos dez anos; sua mãe trabalhava em uma biblioteca. Mais tarde seu pai apresentou o mundo dos quadrinhos. 

Ganhou seu primeiro prêmio de escrita aos 11 anos e nunca mais parou de escrever. Estudou Produção Textual, Letras e Pedagogia. Participou de várias antologias de terror e ficção.

É autor do livro O Cordel de Sangue.

Vive com a esposa e o filho no interior de São Paulo, nas horas vagas é guitarrista de uma banda de rock ‘n roll.

Apresentações  feitas, vamos para a melhor parte, uma antologia de contos no Sertão dos cangaceiros é  a razão que me traz a esse post, tive conhecimento dessa obra, e será a próxima da minha lista, prometo que em breve trarei uma resenha contando a experiência que tive lendo " O Cordel de Sangue", chega de enrolação e vamos ao que interessa.


O Cordel de Sangue é uma antologia de contos no Sertão dos cangaceiros. As narrativas seguem a partir da morte de Lampião e seu bando. As onze histórias trazem o melhor do horror gore.

São tripas caindo pra fora, crânios estourando - feito laranjas lançadas contra um muro -, vísceras sendo pisoteadas por lobisomens, vampiros abocanhando pescoços, pactos em encruzilhadas, seres do folclore brasileiro, prostíbulos cheios de doenças, estupradores de cadáveres.



Como presente para meus queridos leitores, deixarem um trecho desta brilhante narrativa.


O CORDEL DE SANGUE

Emboscada


É pura verdade - e tão somente verdade - que um homem decapitado pode enxergar por alguns segundos e, com muita sorte, alcançar a misericórdia. Mas é preciso sorte, muita sorte mesmo. 

Com o maxilar pendendo e o sangue banhando o braço do carrasco, sobra, normalmente, pouco tempo para a redenção. Primeiro, pelo fato de ser um bocado estranho - talvez seja a sensação mais estranha do mundo - olhar para uma plateia paralisada e ansiosa por sangue. Segundo, porque as palavras não saem; o queixo fica longe pra burro da parte superior da boca - a sensação de não ter o domínio da mandíbula é agonizante.

Os olhos disparam de uma orelha à outra e voltam para o centro da face na tentativa de reconhecer alguém na, agora, desvairada multidão - o povaréu vai à loucura nos últimos instantes. 

Para o decapitado, esses segundos - três segundos para ser exato - parecem minutos. O grande desperdício está na lógica: pavor + falsa sensação de tempo = morte. Os olhos se fecham. Nada de perdão. Nada de paraíso. 

É tudo muito rápido. Em um roteiro improvisado, e ao mesmo tempo previsto, o carrasco estende o braço, exibindo a cabeça ensanguentada e sem cor. Os olhos percorrem de uma orelha a outra. O povaréu se cala. O queixo fica pesado, o tecido estica, parece que vai tocar o chão. O carrasco, dotado de um poder momentâneo, estufa o peito e sacode a cabeça. O sangue escorre pelos braços, empossando em seu peito para em seguida banhar o abdômen. A plateia grita eufórica. Sem o domínio da mandíbula, o decapitado tenta dizer alguma coisa. Os olhos, cambaleando, voltam para o centro e se fecham. 

É uma morte dos diabos. 

É desconfortável ouvir sobre esse tipo de execução. O cenário é sempre o mesmo: um dia cinzento. Parece que o clima adivinha tudo isso. Dia ensolarado. Aí alguém anuncia: 

- Morte na praça! 

O vento empurra as nuvens; o céu é uma imensa piscina de algodão. Elas começam a passear lentamente, trombando umas nas outras. Fica aquele dia triste, sem vida, com um crepúsculo sombrio. 

Outra coisa que me incomoda é o fato de o condenado sentir ânsia e não conseguir vomitar. Dá aquela porrada na parte superior do abdômen - o suco gástrico, o pancreático, a bile querem sair. Até parece que vão, mas não saem. 

Morte que também me deixa aporrinhado é a da corda. Oh, negócio traiçoeiro. Enforcamento é outro troço esquisito de se pensar. Morrer nessas condições... Deus me livre. Não existe morte mais cretina

O camarada pede perdão durante o trajeto. Reza. Revê seus conceitos. Perdoa os seus inimigos. Sobe no palanque quase santo. Continua a rezar. Recebe a corda totalmente santo. Aí começa a duvidar da amarra fina que prende suas mãos. Menospreza a talinga que açoitará o seu pescoço. 

"É só a merda de uma corda", pensa. 

Começa a se debater feito um frango quando na verdade poderia, simplesmente, encarar os fatos de uma maneira espiritual, morrer e receber a salvação. Mas não! Resolve ser o herói desatador de nós. Bate daqui, bate dali. O carrasco dá logo uma pancada na parte interna da coxa, esmagando o músculo. A corda desce, aí vem a situação mais estranha do mundo:

Erecção post mortem. 

Troço assombroso. E eu te pergunto: "Como alguém pode alcançar o paraíso de pau duro gozando em todo mundo?".

O cara morre e sente prazer. Toda aquela ladainha de perdão, de misericórdia, de paraíso vai pros ares. Ninguém entra no céu desse jeito. Ora, bolas, vai saber em que o miserável pensou no último instante, ou melhor, em que foi levado a pensar. Isso tudo é uma tremenda armadilha do destino, um tiro livre no abismo.

A melhor das piores mortes é a crucificação. E é a melhor pelo simples fato de ali, pendurado naquele madeiro farpado, você ter a oportunidade de alcançar o paraíso. 

A crucificação nos dá uma sensação concreta de abandono. Ela não deixa dúvidas de que você jamais colocará seus pés no chão novamente. E você encara a vida de outra forma. 

Lá em cima, com o sol ofuscando a visão e tosquiando a face, você começa a refletir. Você pensa em como a sua existência foi medíocre, como a sua vida foi uma merda sem sentido e sem propósito; como você foi tolo e hipócrita. 

Você, então, fica atormentado. Uma sensação de desamparo invade o seu corpo. Um abatimento moral começa a te enlouquecer. Você sente vergonha de tudo o que foi e é. Um medo incontrolável assola a sua alma. Uma sucessão de calafrios percorre o seu corpo. A artéria incha, os pulmões trabalham rapidamente, a boca seca. As batidas do coração sacodem os tímpanos. Aliado a todas essas sensações, você tem uma hematidrose - começa a suar sangue. 

Diante de todo o tormento e vergonha, a única coisa que você quer é acreditar que existe um lugar onde as pessoas se vestem de branco, limpinhas à beça, e ficam sem fazer nada, apenas gozando de coisas boas. Nesse lugar, as pessoas ficam ouvindo os pífaros, as cornetinhas douradas dos belos e assexuados alados de cabelinhos cacheados. Você acredita nisso mais do que tudo. 

A parte ruim, e constrangedora, da crucificação é aparecer nu diante de todos. As pessoas vão para perto da cruz e ficam ali, bem embaixo dela. Elas fazem piadinhas sobre seus murchos colhões. Dá uma vergonha danada. Mas, ainda assim, pensando no lance do arrependimento, é a melhor morte. Dói pra burro quando seus órgãos começam a paralisar, isso é verdade, mas dá tempo de pelo menos garantir um lugarzinho celestial e bacana. 

Muitas pessoas morreram nessas condições - gente importante; outras nem tão importantes assim. Algumas se tornaram famosas pelo tipo de morte, outras pelas últimas palavras. O mais engraçado é que nesse tipo de história sempre houve um traidor. Corrompido por moedas, para o cumprimento de uma profecia ou pelo amor de uma mulher. Feito verme se locomovendo em um intestino, como uma erva daninha em meio às hortaliças. Ele estava lá! 

O traidor é uma espécie de covarde corajoso: para esse tipo de covardia é preciso de muita coragem; para esse tipo de coragem é preciso de muita covardia. 

Aqui não foi diferente. Aquele camarada magro segurando o chapéu, vê? Ali, bem ali! Ao lado do policial que está limpando a metralhadora. Isso! Esse cabra, aí! Ele é o nosso homem. 

- Cadê Virgulinu? - o coronel diz. - Queru eli vivu, vivim da sirva. 

- Coroné! - o guarda diz. - U hômi tá mortu! 

O coronel se aproxima do corpo. 

- Maldição - ele diz em meio a um suspiro. 

- Lampião quiria morrê di morti matada, não - o outro guarda diz. - Eli rezava pá morrê di morti morrida. Mi alembro dais palavras deli naquela peleja: "Si fô pá morrê de morti matada, queru morrê a bala não, sinhô. Queru morrê igual a nossu salvadô, hômi santo, Jesuis Cristu. I incontra minha mâinha qui tá cum Nossa Sinhora e nossu Padim Ciço".

- Coroné! - o guarda diz. 

- U qui é hômi? Disimbuxa, pari de enrolação.

- O sinhô falô qui tinha 11 cabra aqui. 

- Disso eu sei, diacho... 

- Intônce... Mai aqui só tem déiz, num sabi? 

O coronel está pensativo. 

- Bora cortá as cabeça dessis cabra que essa chuva tá mi dexano um bocadu aporrinhado, num sabi? - o coronel olha para o traidor. - Onze! Corta a dessi cabra da peste tumbém.

O cangaceiro recebe um golpe na testa, o policial ao seu lado agiu rápido

Ele está estrebuchando.

Agora vem o corte. 

Blufsssblashshs cróóóquis splush! 

O premeditado e improvisado roteiro... 

Os olhos disparam. 

São apenas três segundos: 

Um... 

Dois... 

Três... 

O problema é agora, quando os olhos se fecham.

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O Cordel de Sangue, escrito por: AISLAN COULTER
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Editor - Executivo


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Lauren Kavanaugh: A menina que viveu 5 anos em um armário


Lauren Kavanaugh, uma norte americana que viveu cinco anos de sua vida trancada dentro de um armário. Sua mãe e padrasto só a deixavam sair do seu cativeiro para que eles abusassem sexualmente dela, ou para infligir a jovem algum tipo de tortura física de tortura.

A história de Lauren muito se assemelha com a de Blanche Monnier (clique AQUI para ler), porém a história da jovem norte americana tem um final mais feliz do que da francesa. Em ambos os casos as vítimas sofreram de grandes maus tratos, vindo daqueles que deveriam zelar pela sua integridade.


Quando tinha apenas 3 anos de idade o tormento de Lauren Kavanaugh teve início. Sua mãe, Barbara Atkinson, e o padrasto, Kenneth Atkinson, a trancaram em um guarda roupa com 1,20 metros por 2.70 metros, casa em que residiam em Dallas no estado norte americano do Texas. A menina passaria os próximos 5 anos de sua vida vivendo aprisionada nesse local, sem água, comida, em meio as próprias fezes e sem qualquer contato com os irmãos e com o mundo exterior. Lauren só tinha autorização para sair do cômodo quando a dupla de sádicos desejava abusar ou torturar a menina.


Ela se alimentava de restos de comida e recebia quantidades mínimas de água. “Era uma criança fraca, muitas vezes ficava amarrada e não poderia lutar contra os dois. Fui torturada diversas vezes – como quando minha mãe me dava banho e empurrava a minha cabeça para debaixo d’água. Quando tinha seis anos, um dia, ela colocou um prato de macarrão com queijo na minha frente e disse que poderia comer. Mas, depois me obrigou a cuspir tudo”, conta Lauren, hoje com 21 anos de idade.

Muitas vezes a menina era queimada com cigarro quando era alimentada ou quando recebia banho.


Lauren recorda que ouvia outras crianças brincando dentro de casa. Elas sorriam e pareciam felizes, enquanto que a ela restava um armário escuro e cheio de fezes.

A descoberta do caso

O pesadelo de Lauren acabou quando ela tinha oito anos. Quem denunciou os pais à polícia foi um vizinho para quem a mãe da menina a apresentou. A dupla de agressores se referia a menina como “o segredinho”. A testemunha ficou aterrorizada com a situação da criança: estava desnutrida, fraca e pesava menos de 11 quilos (peso de uma criança de dois anos). Também havia marcas de tortura pelo corpo e queimaduras de cigarro.


Esse vizinho comunicou as autoridades que agiram imediatamente. Quando a polícia conseguiu o mandato e invadiu a casa onde a família Atkinson residia, o cenário foi desesperador. A menina estava toda suja de fezes, o local que serviu de cárcere estava cheio de fezes e o fedor era insuportável.


Lauren foi encaminhada imediatamente para o hospital. Devido ao local pequeno a que ela estava confinada, ela apresentava graves sinais de atrofia. O estado de desnutrição era gravíssimo. Por causa da atrofia ela foi submetida a uma Clostomia, processo que consiste na exteriorização do intestino grosso, mais comumente do cólon transverso ou sigmóide, através da parede abdominal, para eliminação de gases ou fezes.


Os médicos usaram em Lauren o mesmo método de alimentação usado na recuperação de vítimas do Holocausto.

Devido aos abusos sexuais que sofreu, aliado com sua pouca idade e seu corpo debilitado, Lauren sofreu grande danos nos órgãos internos, necessitando de uma grande quantidade de cirurgias reconstrutivas.


Após receber os devidos cuidados médicos, Lauren foi encaminhada à adoção.

Relatos do sofrimento da menina

Blake Strohl, filha mais velha de Barbara e meia-irmã de Lauren, conta que, até os seus 10 anos, viu a menina machucada em inúmeras ocasiões. Às vezes, tirava a irmã do armário no meio da noite e dava um banho nela. A menina tinha queimaduras de cigarro pelo corpo, manchas de sangue e a vagina inchada.

"Eu sabia que ela precisava de ajuda. Ela conseguia falar comigo, mas era quase como se eu estivesse falando com um bebê". Disse a jovem, hoje com 23 anos.

Ao Dallas Morning News, Blake contou também que a vida sexual da mãe e do padrasto era bastante ativa.

"Eu sabia que eles faziam muito sexo porque podia ouvir, mas não sabia o que estavam fazendo com ela. Eles sempre ligavam música muito alta. Lauren gritava, mas eu sempre pensava que eles estavam batendo nela. Ela gritava demais."

Lauren recorda que a primeira vez que lhe foi permitido sair do armário, desde que havia sido aprisionada, foi para que ela fosse estuprada. "Eles colocaram música country em um volume bem alto para esconder meus gritos. Depois de horas de abuso, eu estava volta para o armário, confusa e em agonia. A partir de então, tornou-se a minha nova casa. Eu não podia fazer nada na escuridão. Eu dormi lá e tive que usá-lo como banheiro. O tapete estava encharcado de urina e eu estava sob um cobertor fino, molhado."

Punição para os abusadores

Barbara e Kenneth Atkinson acabaram condenados a prisão perpétua (uma fonte americana afirma que eles poderão recorrer da sentença em 2031).



A vida de Lauren nos dia de hoje

Hoje Lauren vive com a mãe adotiva, Sabrina Kavanaugh e três cachorros. Sabrina e o marido Bill haviam adotado Lauren quando ela tinha apenas 1 anos e 8 meses, mas perderam a posse da criança quando Barbara, a mãe biologia da menina, pediu a criança de volta, alegando que havia se arrependido de ter se desfeito da criança. Quando Lauren foi libertada do cárcere Sabrina logo se inscreveu para novamente ter a guarda da garota.


Pela primeira vez em anos, Lauren Kavanaugh deixou os antidepressivos e remédios para transtorno bipolar de lado. Passou a fazer exercícios, a conversar mais e concluiu o ensino médio. Aos 21 anos, a jovem que vive em uma casa de campo na cidade de Canton, no Texas, nos Estados Unidos.

Depois de se livrar dos abusadores a vida de Lauren Kavanaugh seguiu dura. Ela teve que lutar contra a depressão, pensamentos suicidas, e teve muitas dificuldades na escola. Ela foi mais tarde enviada para um centro educativo alternativo após entrar em uma briga. Ela lembra que esse centro educativo foi o ponto de virada, pois lá ela começou a terapia residencial e conheceu outros sobreviventes de abuso.


A adaptação da menina pós-trauma foi lenta. Ela conta que, quando a mãe adotiva ia ajuda-la a tomar banho, ela gritava “não me afogue”. Lauren também se recorda que não havia passado por situações básicas, como brincar: era uma criança que não fazia ideia de como se divertir com um brinquedo. Depois de viver, praticamente, os primeiros anos de sua vida dentro de um espaço de poucos metros, ela conta que se lembra da primeira vez que pisou na grama.


“Eu achei que a grama estivesse me mordendo”, diz.

Ela tinha comportamentos e mentalidade de uma criança bem mais nova e teve de receber tratamento psicológico.


Aos 21 anos, Lauren está terminando o colegial e pensa em começar uma faculdade de psicologia para poder se tornar uma conselheira e ajudar outras crianças que sofrem abuso a vencer o trauma e a violência, assim como teve de fazer.

 Fontes: Terra, Olhar Direto e Inquisitr 



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