Investigação Paranormal Brasil: Caixão
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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Espírito de vítima sai do corpo após acidente

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Sabe aquela sensaçãozinha de medo, mas que não é vencida pela curiosidade? Pois é exatamente isso que você vai sentir ao ver um vídeo se viralizou na rede por, supostamente, mostrar o espírito de uma vítima de um acidente de trânsito.
Nas imagens, é possível ver o momento exato em que ocorre a batida entre uma caminhonete e uma moto. Em seguida, uma sombra aparece sobre o corpo da vítima fatal, o que tem gerado diversas discussões. Enquanto algumas pessoas alegam se tratar do espírito deixando o corpo, muitos acreditam não passar de uma montagem de muito mau gosto para assustar as pessoas.
Farsa ou não, apenas as imagens impactantes do acidente deveriam servir de alerta para a imprudência no trânsito. Todos anos, 45 mil pessoas morrem e outras 376 mil ficam feridas nas estradas do Brasil. Recado dado! Agora vamos ao vídeo…



Darkside Books: Dica do dia "A NOITE DOS MORTOS-VIVOS"


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A NOITE DOS MORTOS-VIVOS | CLASSIC EDITION


DarkSide® desenterra mais um clássico do terror. O título não poderia ser mais apropriado: A NOITE DOS MORTOS-VIVOS, considerado uma das maiores obras-primas do gênero.
Se hoje os zumbis estão em alta – influenciados em grande parte pela série The Walking Dead e por games como Resident Evil e filmes como Zumbilândia, além de contracenar com Brad Pitt – é porque, em 1968, George Romero e John Russo se reuniram para escrever o roteiro de A Noite dos Mortos-vivos e mudar a história do cinema. O filme revolucionou o mito sobre as criaturas que voltavam do além: as superstições vodus das velhas produções B deram lugar à epidemia de fome canibal nas ruas norte-americanas. Criaturas similares já haviam aparecido antes nas telonas, mas foi em A Noite dos Mortos-vivos a primeira vez em que foram retratados como uma praga devoradora de carne humana.

DESENTERRE ESTE CLÁSSICO


Tinha início o Apocalipse Zumbi, tornando-se uma reflexão do momento político dos Estados Unidos. Romero também revolucionou ao escolher um ator negro para protagonizar a história em um momento de tensões raciais à flor da pele; o ativista Martin Luther King fora assassinado meses antes da estreia do filme.
“Sempre nos referimos a A NOITE DOS MORTOS-VIVOS como o Cálice Sagrado dos filmes de zumbi. Regras como ‘Você deve atirar na cabeça para matá-los’ não existiam antes de 1969. Agora é parte da cultura pop. Então devemos muito à visão de Romero e de Russo e ao mundo que eles criaram. O filme foi uma espécie de farol para o episódio piloto da série The Walking Dead”, afirmou Greg Nicotero, o maquiador da série.
classic edition noite dos mortos vivos darkside

Outra obra que marcou definitivamente a cultura pop e teve como uma de suas inspirações o clássico de 1968 foi “Thriller”, o clipe de Michael Jackson, dirigido por John Landis, cultuado diretor de filmes como Um Lobisomem Americano em Londres e Além da Imaginação, o Filme.
O próprio John Russo (que também atua no clássico de 1968 como um zumbi, não creditado) adaptou a história do filme neste romance que a DarkSide® traz para o Brasil. O livro, inédito aqui até hoje, será lançado em março de 2014, comemorando os 45 anos do filme.
A NOITE DOS MORTOS-VIVOS inclui ainda uma surpresa para os leitores: o texto integral da sequência do clássico, que nunca chegou a ser filmada, chamada de
A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS (não vai confundir com a comédia trash de 1985, que também contou com Russo no time de roteiristas).
Isso mesmo: são dois romances de John Russo no mesmo volume.
A obra sai em duas edições, já conhecidas pelos fãs da editora: a LIMITED EDITION, em capa dura; e a CLASSIC EDITION, em brochura e preço mais acessível. Ambas com o acabamento luxuoso das edições DarkSide®.
zumbi books

KEEP WALKING DEAD

"Duplamente alucinante. A criança no porão era realmente assustadora. Nunca senti um tipo de medo assim em toda a minha vida."
SAM RAIMI
"Aterrorizante e muito divertido."
TOBE HOOPER
"A experiência de John Russo me serviu de guia para finalizar o meu primeiro filme."
QUENTIN TARANTINO
"O filme me fez perceber que o terror podia produzir coisas realmente fantásticas."
WES CRAVEN
"Sempre nos referimos a A Noite dos Mortos-vivos como o Cálice Sagrado dos filmes de zumbi. Ele foi uma espécie de farol para o episódio piloto de The Walking Dead."
GREG NICOTERO

ASSISTA AO CLÁSSICO DE GEORGE ROMERO, A NOITE DOS MORTOS-VIVOS, DE 1968.







segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Caso Roswell:“A CIA tem imagens de extraterrestres”...

Desde o acontecimento do OVNI avistado perto de Roswell, Novo México, no verão de 1947, muitos ufólogos e teóricos da conspiração passaram a afirmar que o governo dos EUA recuperou dos escombros um corpo de um alienígena e que mais tarde realizou uma autópsia no mesmo. A princípio, se tratavam apenas de meras suposições, mas em maio de 1995 o produtor de vídeo Ray Santilli anunciou possuir um incrível material que registrava a autópsia daquela criatura encontrada em Roswell, dizendo ter conseguido estes arquivos de um oficial militar aposentado.



Pouco tempo depois, as imagens tornaram-se base para um especial de televisão chamado "Alien Autopsy: Fact or Fiction", organizado por Jonathan Frakes, diretor de "Star Trek: The Next Generation". O especial foi reproduzido pela Fox nos Estados Unidos e pelas cadeias de televisão internacionais, chegando a alcançar recordes de audiência realmente extraordinários. O vídeo, que foi filmado em preto e branco, mostra o corpo de um suposto alienígena, sem cabelos e deitado em uma mesa de cirurgias. Continue lendo, porque no final mostramos o vídeo!



O operador da câmera grava os cirurgiões utilizando trajes de risco biológico, examinando o corpo, apontando suas características, tais comos os doze dedos dos pés, e logo depois extraindo os órgãos da criatura. No entanto, em abril de 2006, Santilli admitiu que o filme foi parcialmente alterado, mas insistiu que possuía as imagens originais da autópsia alienígena e que, devido seu mau estado, se viu obrigado a recriar a cena.



E quando toda a polêmica parecia ter sido diminuída a um simples tema de discussão entre amigos em vários fóruns sobre OVNIs e conspirações, um novo e surpreendente vídeo apareceu para mostrar as imagens originais do incidente de Roswell, onde se pode ver o corpo de um alienígena ser carregado por soldados norte-americanos na década de 1940. O mais surpreendente é que a revista australiana "Uncensored Magazine" diz que o vídeo é completamente autêntico.



Este polêmico vídeo foi publicado em 22 de Janeiro pelo editor da revista com o título “Is This The Real Roswell Alien Footage?”. Segundo a revista, o vídeo foi analisado quadro a quadro por peritos técnicos e foi determinado que as imagens poderiam sim ser autênticas. No entanto, de acordo com Jason McClellan, editor do portal especializado em ufologia Openminds, "Uncensored Magazine" disse ser a primeira revista a publicar fotos deste material, mas o mesmo conteúdo já existia desde 2011 no YouTube.



Nigel Watson, autor do Manual de Investigação OVNI, comenta que este novo filme acrescenta outro nível de intriga ao mistério do acidente Roswell, além de ser a prova definitiva de que os extraterrestres têm nos visitado desde o incidente em 1947. Watson também afirmou que certos portais supostamente especializada no assunto OVNI informaram erroneamente a população para minimizar a questão da veracidade das imagens.



"Há problemas graves quando se trata de novas imagens de um evento tão importante nos anais da ufologia que seria capaz de mudar o conceito de lugar no universo", disse Watson. "A primeira questão é de onde veio esse material e quem o filmou. Também deve-se notar que os vídeos de autópsias em Roswell, publicados em 1980, foram constatados como falsificações ou recriações de cenas perdidas".



Watson também lembrou que em 2011 Roswell foi notícia de um livro da jornalista Annie Jacobsen, que afirmava que os alienígenas recuperados dos destroços eram na verdade crianças de 12 anos de idade, geneticamente alteradas e que tinham sido enviadas pela URSS aos EUA em um avião dirigido por controle remoto para promover histeria na população dos EUA. "Este novo material acrescenta outro nível de intriga e mistério ao assunto", disse Watson. "Teóricos da conspiração disseram que tudo era parte do projeto para promover a aceitação de que os OVNIs não nos têm visitado desde 1947".



Mas seguindo com o tema, são muitos os que acreditam que este novo material mostra, sem dúvida alguma, o real extraterrestre do incidente de Roswell. Mas, como sempre costuma acontecer nestes casos, muitas pessoas acreditam que tudo não passa de uma fraude. Entretanto, devemos levar em conta as sábias palavras de Watson que dizem que portais como os mencionados querem desvalorizar as melhores evidência de seres extraterrestres em nosso planeta. Será verdade tudo o que mostra a gravação? Ou é uma nova fraude documental como mencionado? Julgue você mesmo! Compartilhe este artigo com todos!

Fonte: Starstock / Mundoesotericoparanormal.com


terça-feira, 7 de junho de 2016

Quando sua filha de 2 anos morreu, este pai fez isso com o corpo

Na cidade siciliana de Palermo, no sul da Itália, encontra-se um monastério de cem anos construído pelos monges capuchinhos. Mas o local é mais conhecido pelo que se encontra em seu subsolo: uma cripta com mais de 2.000 múmias. Guardada em um sarcófago de vidro entre todos os esqueletos está uma garota muito especial, que encontrou ali seu local de descanso eterno.


Rosalia Lombardo tinhas apenas 2 anos quando morreu de pneumonia em 1920. Seu pai, o oficial Mario Lombardo, quase morreu de luto após sua pequena princesa deixar este mundo. Ele gostaria de guardá-la na memória do jeito que ela partiu: pacificamente. Então ele encarregou o embalsamador Alfredo Salafia de preparar sua filha para a eternidade. Ele substituiu o sangue da garota por formol e tratou seu corpo com álcool e ácido. Os resultados deste trabalho são simplesmente espantosos.


Parece que a garota de cachinhos dourados está apenas dormindo pacificamente e poderia acordar a qualquer momento, apesar de ela estar morta há quase cem anos! E ela tem um segredo arrepiante que faz as pessoas questionarem se ela está morta ou não. Muitos visitantes supostamente testemunharam o impossível: Rosalia abre e fecha os olhos! Especialistas dizem que a impressão é causada por uma ilusão de ótica. Mas ao olhar para os seus olhos as pessoas imediatamente têm calafrios…


Você pode ver o arrepiante fenômeno em câmera lenta neste vídeo:


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Caixão de uma Menina é Encontrado Durante a Reforma de uma Casa em São Francisco, nos Estados Unidos

Quando alguém procura por informações sobre a cidade de São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos, principalmente pela internet, provavelmente irá encontrar informações belíssimas sobre as colinas, as manhãs nebulosas, o céu azul, o vento e o sol radiante, que fazem parte do cotidiano dos moradores dessa cidade localizada na Costa Oeste dos Estados Unidos. Uma cidade linda que encanta pela arquitetura, música, artes, gastronomia, parques, passeios e estilo de vida. A cidade foi construída em meio as montanhas sendo banhada pelo fantástico oceano Pacífico.

Dizem que seus moradores são criativos, liberais, divertidos e alegres, e suas ruas são cheias de cor, música e beleza. É possível até mesmo encontrar, que a cidade é um lugar onde "falsos moralismos não tem vez", e que recebe bem a todos, independentemente de suas preferências religiosas, sexuais ou culturais. A cidade oferece uma agenda cultural incrível, restaurantes deliciosos, transporte público eficiente e charmoso, sendo localizada apenas algumas horas de carro de regiões vinícolas mundialmente conhecidas, e lindas cidades costeiras. As ladeiras da cidade também já foram palco de inúmeros filmes e séries mundialmente conhecidas, produzidas evidentemente por Hollywood, que sempre a exaltou como um orgulho norte-americano.

Quase esquecemos da "Ponte Golden Gate", que liga a cidade a Sausalito, na região metropolitana de São Francisco. A ponte é o principal cartão postal da cidade, uma das mais conhecidas construções dos Estados Unidos, e é considerada uma das "Sete Maravilhas do Mundo Moderno" pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis. Sinceramente, diante de tantas informações desse gênero, quem não gostaria de morar em uma cidade assim, mesmo correndo o risco intríseco de estar dormindo sobre a Falha de San Andreas, que já praticamente destruiu a cidade em 1906, ao longo de intermináveis 28 segundos. E se você achava que o único problema debaixo da terra de São Francisco era uma falha geológica, bem você se engana.

Imagine que você contratou uma empresa para reformar a casa em que morou durante toda a sua infância, mas você atualmente vive em outro lugar enquanto a reforma não termina, em um outro estado. Um belo dia você está preparando o almoço ou o jantar para seus filhos, a cerca de milhares de quilômetros de distância do local onde antigamente morava, e o seu telefone toca. Na linha está um dos operários que trabalha em sua reforma, e ele simplesmente diz que encontraram um pequeno caixão de bronze, e dentro dele jaz o corpo de uma menina, praticamente preservado, de cachinhos dourados e segurando uma rosa vermelha na mão. Você corre até o local, entra em contato com a prefeitura, e ela simplesmente diz que o problema é seu. Além disso, você descobre que ela é apenas "um corpo" deixado para trás, de uma imensa e antiga operação que removeu cerca de 150.000 corpos da cidade de São Francisco no início do século 20, porque os cemitérios estavam ocupando muito espaço, e atrapalhando os negócios de empresários locais. Parece loucura? Acredite, tudo isso aconteceu de verdade. Vamos saber mais sobre esse assunto?


A Saga de uma Menina que Passou a Ser Chamada de "Miranda", e que Foi Encontrada Dentro de Seu Caixão na Cidade de São Francisco, nos Estados Unidos


Imagem do Google Maps mostrando a localização do Distrito de Richmond, em São Francisco, nos Estados Unidos

"Aquilo era estranho. Algo chocante, entende?", disse Kevin Boylan, um dos operários que trabalham na reforma da casa de Ericka Karner, em entrevista para a KTVU, uma emissora de televisão local, que é afiliada da rede americana FOX.

"Todo o cabelo ainda estava lá. As unhas estavam lá. Havia flores, rosas, ainda no corpo da criança. Era algo admirável de se ver", completou.

As duas janelas do caixão, que tinha por volta de 1 metro de comprimento, revelavam a pele perfeitamente preservada, os cabelos loiros e cacheados da menina, que usava um vestido longo e branco, com flores de lavanda tecendo o seu cabelo encaracolado. Colocado sobre o coração havia uma cruz feita com mais flores de lavanda, sendo que folhas de eucalipto ornamentavam as laterais de seu corpo. A criança estava segurando uma rosa vermelha na mão direita, e não havia nada escrito em seu caixão forrado com um veludo de cor roxa, que pudesse ajudar a identificá-la. Acreditava-se apenas que tivesse morrido, devido ao seu tamanho e aparência, quando tinha apenas 3 anos de idade.


As duas janelas do caixão, que tinha por volta de 1 metro de comprimento, revelavam a pele perfeitamente preservada, os cabelos loiros e cacheados da menina, que usava um vestido longo e branco, com flores de lavanda tecendo o seu cabelo encaracolado. As fotos do rosto e do corpo da menina não foram divulgadas por Ericka Karner, algo totalmente compreensível

Diante de uma situação dessas, eles fizeram o que qualquer pessoa faria. Eles ligaram para a proprietária da casa, Ericka Karner, que está morando no estado do Idaho, com seu marido e suas duas filhas, enquanto a reforma não termina. Ao chegar no local ela teve uma surpresa, e foi questionada por Kevin Boylan, que estava tão espantando quanto ela.

"Você faz ideia do que é isso? Acreditamos que é um caixão", contou Ericka Karner sobre a pergunta que Kevin Boylan fez para ela ao chegar no local, em entrevista pelo Skype para a KPIX 5, emissora local da TV, afiliada da CBS.

"Por um lado, era um pouco assustador, mas por outro era bem triste. A questão era: 'O que vamos fazer agora?’", disse Ericka Karner, em entrevista para a KTVU.


Os operários estavam trabalhando na garagem da casa de Ericka Karner, após remover todo o concreto,
que havia no local, quando suas pás bateram em algo muito estranho

Obviamente, eles foram olhar mais de perto para ver do que realmente se tratava, e para o espanto deles,se tratava de um pequeno caixão feito de metal

O corpo estava muito bem preservado, mesmo depois de ter sido enterrado, muito provavelmente por volta de 1870. Como chegaram a essa suposição? É bem simples. De acordo com os registros históricos, a casa fica próxima do local onde um dia foi um cemitério, dentre tantos que havia na cidade. Acreditava-se portanto, que a criança era uma das cerca de 30.000 pessoas que foram enterradas no antigo Cemitério dos Odd Fellows, em São Francisco, que ficou em atividade entre 1860 e 1890.


Foto do crematório do Antigo Cemitério dos Odd Fellows, em São Francisco, nos Estados Unidos

Os corpos foram transferidos para a cidade de Colma (originalmente chamada de Lawndale), na Califórnia, pouco tempo depois, no início do século 20, depois que todos os cemitérios da cidade foram obrigados a fechar e transferir seus mortos para outros lugares, para que os antigos terrenos pudessem abrigar a novas construções para o mundo dos vivos. Assim sendo, acreditava-se que aquela menina estava naquele local por cerca de 145 anos, e por algum motivo havia sido deixada para trás.

Entretanto, o espanto de Ericka Karner não terminaria ao encontrar aquele pequeno caixão debaixo de sua garagem. Evidentemente, ela ligou para as autoridades competentes, mais precisamente para o "Escritório do Médico Legista de São Francisco" (algo equivalente ao que conhecemos como Instituto Médico Legal, o IML, aqui no Brasil). Por mais surreal que isso possa parecer, ela foi informada que o corpo daquela criança era sua responsabilidade, ou seja, ela que deveria arcar com todos os custos e providenciar um "segundo sepultamento" daquela criança. Assista a reportagem feita sobre esse caso pela KPIX 5 (em inglês):


Para piorar a situação, o selamento que havia sido feito no pequeno caixão de bronze foi rompido, não pelos operários da obra, muito menos pela Sra. Harner, mas com as ordens do médico legista chefe, que por alguma razão queria ver o que realmente havia dentro do caixão. Com isso, tudo o que havia sido feito no passado, para preservar o corpo de "Miranda", se perdeu e seu frágil e pequeno corpo começou a se deteriorar. Em um comunicado, o porta-voz do "Escritório do Médico Legista de São Francisco" disse que eles apenas tinham coberto as janelas do caixão, cujos vidros tinham sido removidos anteriormente, muito embora as imagens não mostrem bem isso.

"Sendo mãe, é impensável e triste, que uma criança pudesse ter sido deixada para trás dessa forma", disse Ericka Karner, em entrevista para o jornal "Los Angeles Times".

A cidade de São Francisco se recusou a assumir a custódia do corpo da pequena criança, que passou então a ser chamada de "Miranda", nome esse dado pelas duas filhas de Ericka Karner. A Sra. Harner diante daquela situação faria o que qualquer mãe faria, ou seja, queria dar um enterro digno para "Miranda", porém isso não seria possível sem um atestado de óbito. E foi justamente nesse ponto que começou mais uma triste parte de toda essa história.

Ericka Karner entrou em contato com funerária na cidade de Colma, que para cuidar de todos os procedimentos para a realização de um novo funeral, passou para ela um valor de US$ 7.000 (cerca de R$ 25.000 pela cotação atual) pelos serviços funerários. A situação iria piorar, porque ao entrar em contato com uma empresa de cunho arqueológico de East Bay, a mesma passou um valor de US$ 22.000 (cerca de R$ 77.000) para realizar os mesmos procedimentos. Ericka Karner mora desde 1976 na mesma casa, e tem como principal renda, a venda de biscoitos, ou seja, valores muito acima de suas reais possibilidades.

                       Vista aérea de uma parte da cidade de Colma, próxima a cidade de São Francisco, nos Estados Unidos

"Isso não podia estar certo. Eu entendo se uma árvore que esteja em sua propriedade, seja sua responsabilidade. Porém, isso é diferente. A cidade decidiu transferir todos estes corpos há 100 anos, e eles deveriam dar conta dessa situação", disse Ericka Karner, em entrevista para o site SFGate, uma das versões online do jornal "San Francisco Chronicle". Ela ainda disse que "Miranda" tinha passado a fazer parte de sua família.

"Não conseguíamos ter um atestado de óbito. Isso nos colocou em uma posição de, infelizmente, ter que colocá-la em nosso quintal, e me sentindo horrível por ser mãe, e saber que era uma criança pequena", disse Ericka Karner, em entrevista para a KPIX 5. Como mãe ela não podia suportar a ideia de deixar o corpo de uma criança, completamente sozinha, no quintal de sua casa, sem ninguém para cuidar dela.

"Parece definitivamente ser a política de cidade, que o corpo seja de responsabilidade do proprietário da casa", contou Ericka, que naquela altura dos acontecimentos já estava sem saber mais o que fazer, em entrevista para a KTVU.

Desesperada, ela entrou em contato com a prefeitura da cidade de São Francisco, que disse que não poderia fazer nada por ela, mas a orientou a procurar a "Garden of Innocence" ("Jardim dos Inocentes", em português), uma organização sem fins lucrativos, que oferece funerais para crianças não identificadas, localizada nos arredores da cidade de San Diego, na Califórnia, cuja fundadora se chama Elissa Davey.

Desesperada, ela entrou em contato com a prefeitura da cidade de São Francisco (na foto), que disse que não poderia fazer nada, mas a orientou a procurar uma organização chamada "Garden of Innocence" ("Jardim dos Inocentes", em português)


O "Garden of Innocence" ("Jardim dos Inocentes", em português), uma organização sem fins lucrativos, que oferece funerais para crianças não identificadas, localizada nos arredores da cidade de San Diego, na Califórnia, cuja fundadora se chama Elissa Davey.

Foi assim que o destino felizmente cruzou os caminhos de Ericka Karner, a pequena "Miranda" e Elissa Davey, que assim que soube da história ficou emocionada e percebeu que tinha que fazer rapidamente alguma coisa por aquela criança.

"Essa menina era filha de alguém. Você precisa fazer a coisa certa. Ela não tinha voz, então precisávamos dar uma voz a ela", disse Elissa Davey, em entrevistas para o SFGate e KTVU.

Elissa Davey entrou em contato com os Odd Fellows, que concordaram em fornecer os recursos financeiros necessários para a realização de um novo funeral. O caixão de "Miranda" foi recolhido pela "Garden of Innocence", e está sendo mantido temporariamente em uma câmara mortuária na cidade de Fresno, na Califórnia, na tentativa de ainda preservar seu o corpo.


Elissa Davey, fundadora do "Garden of Innocence" ("Jardim dos Inocentes", em português)

"Se as pessoas descobrissem que ela estava em um canteiro de obras, com ninguém por perto à noite, você pode apostar que alguém iria roubá-la. As pessoas a utilizariam para algo macabro. Para bruxaria. Eu queria tirá-la de lá", disse Elissa Davey, em entrevista para o SFGate. Era óbvio para ela, que os pais de "Miranda" a amavam muito.

"Só de olhar para a forma como eles a vestiram. A tristeza deles foi muito grande. Vamos amá-la da mesma forma", continuou.

Elissa Davey contratou sua sobrinha para que fabricasse um segundo caixão feito de madeira de bordo (maple), que fosse grande o suficiente para então colocar o caixão original de "Miranda" dentro dele.

"Não quero que ela seja ainda mais pertubada do que já foi", acrescentou.

Na semana que vem, Elissa Davey irá até a cidade de São Francisco para uma reunião com representantes dos Odd Fellows para providenciar um funeral para a menina, que está sendo planejado para o mês que vem no Parque Memorial Greenlawn, na cidade de Colma, isso se a organização receber uma autorização de sepultamento por parte das autoridades de São Francisco, é claro. Ela também tem como objetivo, ao menos tentar identificar a menina, por mais que essa seja uma árdua tarefa.


Na semana que vem, Elissa Davey irá até a cidade de São Francisco para uma reunião com representantes dos Odd Fellows para providenciar um funeral para a menina, que está sendo planejado para o mês que vem
no Cemitério Parque Memorial Greenlawn (na foto), na cidade de Colma
"Ela vai voltar para casa com o amor da nossa comunidade. Isso é tudo o que queremos", completou.

Sinceramente, AssombradOs, não sei nem o que dizer nesse momento para vocês. Quero apenas continuar um pouco dessa história, e contar para vocês sobre quem é Elissa Davey, o "Garden of Innocence", e um breve resumo sobre a sombria história, que muito provavelmente deu origem a tudo isso.

Um Breve Resumo do Sombrio Passado que o Solo de São Francisco Esconde de Seus Novos Moradores


A pequena cidade de Colma, fica localizada ao sul da cidade de Daly, no Condado de Sao Mateo, na Califórnia. Segundo o último censo realizado em 2010, a cidade conta com pouco menos de 2.000 habitantes, porém, nem de longe essa é uma cidade comum, como tantas outras dos Estados Unidos.

                   Imagem do Google Maps mostrando a distância entre a cidade de Colma e a cidade de São Francisco

Se uma pessoa for dirigir por essa cidade, vai notar que um mesmo cenário sempre se repete: lápides, e em seguida uma floricultura, mais lápides, outra floricultura, e assim sucessivamente. Se Las Vegas foi construida para ser um palco do entretenimento para jogos de azar, bem, Colma foi criada para abrigar a morte.

Quase três quartos da cidade que possui uma extensão territorial de aproximadamente 5.697.974 m² está coberta por cerca de 17 cemitérios, que abrigam um vertiginoso número entre 1,5 e 2 milhões de corpos. Isso mesmo que você leu, não errei nessa conta.
Se Las Vegas foi construida para ser um palco do entretenimento para jogos de azar, bem, Colma foi criada para abrigar a morte. Quase três quartos da cidade que possui 4.945 km² está coberta por cerca de 17 cemitérios,
que abrigam um vertiginoso número entre 1,5 e 2 milhões de corpos.
Por outro lado, se você quiser observar sepulturas na cidade de São Francisco, suas escolhas serão bem limitadas. Basicamente só existem dois cemitérios na cidade. Um deles é o Cemitério Nacional de São Francisco, que fica localizado no Parque Presidio, uma antiga aérea militar da cidade, portanto tecnicamente é um cemitério federal (do próprio governo norte-americano). O único cemitério da cidade seria apenas o "Mission Dolores", porém atualmente ele ocupa apenas um sexto de seu tamanho original, sendo que 11.000 corpos tinham sido enterrados no local entre os anos de 1782 e 1898.

Pode parecer estranho, mas um dia a cidade de São Francisco já esteve repleta de cemitérios.

Durante o período da "Corrida do Ouro" (também conhecida como a "Febre do Ouro") na Califórnia, entre 1848 e 1855, as pessoas decidiram construir cemitérios na região oeste da cidade, onde na época ninguém jamais iria querer viver. Quatro grandes cemitérios foram construídos: Laurel Hill, Calvary, o "The Independent Order of Odd Fellows" (Cemitério dos Odd Fellows) e o "Masonic Cemetery" (Cemitério Maçônico). Eles ocupavam o espaço onde atualmente está localizada  a Universidade de São Francisco.
Durante o período da "Corrida do Ouro" (também conhecida como "Febre do Ouro") na Califórnia, entre 1848 e 1855, eles decidiram construir cemitérios na região oeste da cidade, onde na época ninguém jamais iria querer viver. Quatro grandes cemitérios foram construídos: Laurel Hill, Calvary, o "The Independent Order of Odd Fellows" (Cemitério dos Odd Fellows) e o "Masonic Cemetery" (Cemitério Maçônico). A imagem, que na verdade é um mapa de 1873, também mostra o Cemitério de Lone Mountain.
Entretanto, a população de São Francisco cresceu rapidamente, casas foram construídas por todos os lados do que havia se tornado um verdadeiro complexo de cemitérios. Os bondes tinham que transitar ao redor das verdadeiras "ilhas dos mortos" para transportar os moradores tanto para o trabalho, quanto de volta para suas casas. A terra que antes não valia absolutamente nada, se tornou valiosa rapidamente, e as pessoas começaram a ficar contra os cemitérios. Eles estavam "incomodando".
O Cemitério Golden Gate, exibido em um mapa de 1876, por William P. Humphreys & Co.
Em 1880 os moradores da cidade de São Francisco estavam ficando cada vez mais descontentes, uma vez que tinham que conviver diariamente com uma série de funerais, e um clima muito negativo após um dia cansativo de trabalho. E a partir disso, uma verdadeira campanha surgiu para acabar com os cemitérios. Frases como "Os cemitérios devem ir embora!" começaram a surgir nas manchetes de jornais locais, e os moradores começaram a ficar preocupados com a propagação de alegações histéricas sobre os "perigos para a saúde" sobre a presença de cemitérios no meio urbano.

"Os cientistas alertaram que doenças relacionadas a garganta, constantemente se tornam algo do tipo maligno... quando os pacientes são expostos a um vento que sopra de um cemitério lotado", escreveu Michael Svanevik e Shirley Burgett, em um livro chamado "Cidade das Almas", publicado em janeiro de 1995. Resumindo, uma onda de boatos assustadores começou a se espalhar por São Francisco.
Os bondes tinham que transitar ao redor das verdadeiras "ilhas dos mortos" para transportar os moradores tanto para o trabalho, quanto de volta para suas casas. A terra que antes não valia absolutamente nada, se tornou valiosa rapidamente, e as pessoas começaram a ficar contra os cemitérios. A foto mostra o antigo "Calvary Cemetery" ("Cemitério do Calvário") em 1930.
Em 1901, a cidade de São Francisco proibiu quaisquer novos funerais dentro dos limites da cidade, parte do que Svanevik e Burgett chamaram de "Cinturão da Morte." Durante décadas, o assunto principal ainda seria o que fazer com os cemitérios da cidade.

Entretanto, essa proibição gerou um problema ainda maior. Depois que a cidade  São Francisco proibiu novos enterros, não havia dinheiro para cuidar dos cemitério existentes, e muitos cemitérios simplesmente caíram em ruínas. Estátuas e lápides foram derrubadas. Os valiosos portões de bronze de mausoléus particulares foram roubados. Segundo informações da época, as pessoas ficavam vagando totalmente bêbadas dentro dos cemitérios, e até mesmo participavam de orgias sexuais durante as madrugadas. Esqueletos inteiros foram levados para serem utilizados como "decoração de Halloween" por muitos moradores locais, e houve relatos que pessoa jogavam futebol com crânios, que davam lugar as bolas de futebol. Um verdadeiro caos se instaurou nos prestigiados cemitérios da cidade ao longo do tempo.
Sem dinheiro para custear as devidas manutenções, cemitérios como o de Laurel Hill (na foto) rapidamente se deterioraram
Em 1912, São Francisco anunciou que iria fazer mais do que proibir novos enterros. A cidade queria que os cemitérios deixassem definitivamente a cidade. Porém, antes da proibição, e logo que começou uma maior insatisfação por parte dos moradores de São Francisco, dois cemitérios judaicos, o "Hills of Eternity" e "Home of Peace", abandonaram os terrenos, que hoje compõem o Parque Dolores, e se transferiram para uma fazenda em Colma. Alguns anos mais tarde, a Arquidiocese de São Francisco criou o "Holy Cross Cemetery" ("Cemitério de Santa Cruz"), em Colma.

Foi assim que em 1924, cerca de 14 associações de cemitérios fundaram a cidade de Lawndale (nome original de Colma). A única cidade fundada com o único propósito de preservar e proteger os mortos. Os fundadores tinham boas razões para ser bem sinceros sobre o propósito da nova cidade, visto que muitos dos restos mortais que foram parar em Colma, tinham sido realocados por diversas vezes. Eles não queriam que ninguém vivesse em Colma, exceto se fosse uma floricultura ou com alguma finalidade relacionada a cemitérios (muito embora não seja bem essa a realidade hoje em dia).

Ao final desse processo, cerca de 150.000 corpos foram desenterrados dos quatro grandes cemitérios de São Francisco e realocados em Colma. A exumação e transporte dos corpos, no geral, foi uma operação muito sofisticada para a época. Se o caixão estivesse em bom estado, eles o transportavam juntamente com o corpo. Se o caixão havia se deteriorado com o tempo, os ossos eram colocados em caixas. Os restos mortais eram obrigados a serem levados por um carro fúnebre no mesmo dia da exumação. A Igreja Católica também exigiu a presença de um sacerdote para testemunhar a exumação de corpos de alguns cemitérios, como foi o caso do "Calvary Cemetery" ("Cemitério do Calvário", em português).
Ao final desse processo, cerca de 150.000 corpos foram desenterrados do quatro grandes cemitério de São Francisco e realocados em Colma. A foto mostra trabalhadores exumandos os corpos no Cemitério dos Odd Fellows
"As condições dos restos mortais desenterrados variavam de 'poeira' até corpos quase perfeitamente embalsamados, sendo que estes eram o resultado de caixões de ferro fundido preenchidos com águas subterrâneas, que atuavam como conservantesO cheiro de morte era frequentemente presente, mesmo que os restos mortais tivessem sido enterrados entre 30 e 70 anos atrás", escreveu William Proctor, em um relatório do Departamento de Planejamento da Cidade de São Francisco, em 1950.

Quando os cemitérios de São Francisco deixaram a cidade, os corpos foram transportados gratuitamente, porém o mesmo não se podia dizer a respeito das lápides. Se o corpo possuísse algum familiar ainda vivo, o mesmo teria que custear o transporte da lápide. Muitos parentes não puderam ser encontrados,e a maioria das lápides não seguiram viagem para Colma. Em vez disso, cada uma delas foram vendidas por alguns míseros centavos para serem utilizadas em obras públicas.
Trabalhadores removendo os corpos do cemitério dos Odd Fellows
Criptas inestimáveis, túmulos e mausoléus particulares foram praticamente "saqueados" sem a menor cerimônia, e utilizadas na construção de quebra-mares na Baía de São Francisco, e até mesmo em um Iate Clube da cidade. As lápides descartadas foram utilizadas para construir um dique, sendo que de tempos em tempos ela ressurgem em praias, assim como aconteceu em "Ocean Beach" em 2012. E como se tudo isso não bastasse, foram deixados milhares de corpos para trás.

Em 1950, durante a construção da Biblioteca Glesson, que pertence a Universidade de São Francisco, e que por sua vez foi praticamente construída sobre o Cemitério Maçônico, pelo menos 200 corpos foram encontrados durante as escavações. Em 1966, durante a construção do Dormitório Estudantil Hayes-Healy, também na Universidade de São Francisco, os operários encontraram muitos ossos e crânios, tantos que eles se recusaram a continuar trabalhando até que os restos mortais fossem transferidos para outro local. Em 2011, quando as escavações começaram para construção do Centro de Ciência e Inovação, cerca de 55 caixões, 29 esqueletos e diversos crânios foram descobertos na mesma área universitária.
Diagrama mostrando onde alguns dos restos mortais de pessoas que tinham sido enterradas no Cemitério Golden Gate
foram encontrados durante uma reforma no "Legion of Honor", em 1993
Uma das descobertas mais surpreendentes aconteceu em 1993, quando um museu de artes de São Francisco chamado "Legion of Honor" passou por uma reforma para protegê-lo de abalos sísmicos. Quando as escavações começaram, cerca de 750 corpos que pertenciam ao antigo Cemitério Golden Gate, que foi utilizado de 1868 a 1909, foram descobertos. Cerca de 18.000 pessoas tinham sido enterradas no local.
Restos mortais encontrados durante a reforma do "Legion of Honor", em 1993
A verdade é que São Francisco nunca contou exatamente os seus mortos, e não se sabe exatamente quantos ainda existem debaixo de seu solo, visto que a qualquer momento, basta uma simples reforma de uma casa ou a construção de um novo empreendimento, que novas descobertas podem ser feitas. 

Considerações Finais


Quem é "Miranda"? Quem é aquela garotinha que acreditam ter apenas 3 anos de idade, que nos fez querer estar em seu "segundo funeral" ao longo de toda essa postagem? Não sei quanto a vocês, mas eu me emocionei por duas vezes em traduzir e escrever todo esse texto, e isso me fez questionar as razões pelas quais "Miranda" estava justamente quieta, repousando ao longo de décadas embaixo de uma casa onde um dia, uma menina igual a ela nasceria e seria mãe de outras duas crianças. Não é de hoje que "Miranda" havia encontrado seu lar, visto que ela sempre esteve no lugar certo. E mesmo que seu destino a tenha feito passar pelas mãos sórdidas de empreiteiros ao longo das décadas, ainda sim ao final de tudo isso ela se encontraria em mãos abençoadas de uma mãe, que ao se deparar com seu corpo dormindo profundamente em sua última morada, a adotou como filha, assim como aqueles que um dia a amaram em vida.

Miranda não é apenas um corpo dentro de um caixão, ela é uma reflexão sobre nós mesmos e os valores que damos as pessoas as quais amamos. Ela é um símbolo de todo um processo que aconteceu na cidade de São Francisco durante o início do século 20, onde mais de 150.000 corpos de pessoas foram realocados sumariamente em outros locais, até que finalmente pudessem ter um relativo descanso em uma cidade fundada somente para eles. Infelizmente, sepultamentos coletivos fizeram parte desse mesmo processo, e muitas lápides foram perdidas pelo descaso das autoridades públicas na época. Sinceramente, com a opinião pública norte-americana e o conhecimento científico que temos hoje em dia, essa história talvez não se repetisse com tanta facilidade em São Francisco. Porém, a ponta do icerberg exposta pelo gélido corpo de Miranda, dentro de um caixão de bronze, não reflete essa opinião. A prefeitura da cidade de São Francisco simplesmente lavou suas mãos diante de um problema visivelmente muito mal administrado por eles mesmos por mais de um século. Não importa quem assume, se deseja ocupar o cargo para gerenciar uma cidade, que aceite também toda sua história.

Talvez nunca saibamos a real história por trás de Miranda, quem eram seus pais, do que ela morreu, e o quão feliz ela pode ter sido durante sua breve estadia nessa terra. A cidade que tentou ocultar seus mortos, fingindo que eles não eram de sua responsabilidade continua fazendo descobertas. Essas descobertas possuem um nome, uma vida, uma família, uma história que muitas vezes jamais será lembrada novamente. Tenho certeza que se nesse caixão houvesse algumas moedas de ouro, mesmo que fossem poucas, rapidamente apareceria alguém da administração pública para confiscá-las em "nome do interesse público", e prontamente a sepultariam de forma simbólica para demonstrarem sua gratidão. O caixão de Miranda não reluzia tanto quanto gostariam, porém ele refletia a dignidade de muitos dos novos moradores de São Francisco, que não aceitaram ou não se esconderam atrás de uma hipocresia histórica, e foram atrás para devolver a tão almejada paz para aquela menina. A verdade é que Miranda não faz mais parte da cidade de São Francisco, ela faz parte, ainda que uma pequena parte, de cada um de nós.

Criação/Tradução/Adaptação: Marco Faustino

Fontes:
http://sanfrancisco.cbslocal.com/2016/05/24/san-francisco-young-girl-miranda-casket-discover/
http://touch.latimes.com/#section/-1/article/p2p-87357464/
http://viagem.uol.com.br/noticias/2015/03/13/cidade-da-california-tem-quase-1000-mortos-para-cada-morador.htm
http://ww2.kqed.org/news/2015/12/16/why-are-so-many-dead-people-in-colma-and-so-few-in-san-francisco
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3612053/145-year-old-coffin-young-girl-San-Francisco-home.html
http://www.inquisitr.com/3142125/145-year-old-coffin-of-little-girl-with-rose-in-hand-found-under-san-francisco-home/
http://www.insideedition.com/headlines/12775-meet-the-woman-who-organizes-funerals-for-children-who-were-abandoned-after-they-died
http://www.ktvu.com/news/145216662-story
http://www.nytimes.com/2016/02/06/sports/football/the-town-of-colma-where-san-franciscos-dead-live.html
http://www.sfgate.com/bayarea/article/Little-girl-rose-still-in-hand-found-in-coffin-7943552.php#photo-7897259
http://www.sfhistoryencyclopedia.com/articles/c/cemeteries.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Colma,_California
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